quarta-feira, 27 de junho de 2012

Elo – o conto de um flamenguista


O Maracanã estava vazio naquela quarta de julho. O friozinho, aliado à campanha apenas regular do Flamengo no campeonato brasileiro, ajudava a espantar o público. Só os fanáticos de sempre estavam no estádio cinquentão para assistir ao jogo contra o Bahia.
Ele, obviamente, estava lá, sozinho. Era quase um ritual: o Flamengo jogava, ele marcava presença. Foram incontáveis brigas com namoradas, ausências em festas de casamento de amigos... Tudo trocado pela satisfação inigualável de ver o time em campo. Há pouco mais de um ano então – desde a morte do pai – que as idas ao estádio ficaram ainda mais doces. O pai sempre fora um tipo calado, o Flamengo era o ponto de conexão dos dois, um dos poucos assuntos dos quais eles não discordavam. Cada nova visita ao Maracanã o enchia de uma certa melancolia, a lembrança da figura paterna.
Para falar a verdade, sua vida e o Flamengo corriam juntas, era possível traçar um paralelo entre as glórias rubro-negras e os feitos nem tão gloriosos da sua vidinha.
Bola rolando e o time jogava bem, imprensando os visitantes baianos, o primeiro gol até demorou a acontecer, só aos 45 minutos do primeiro tempo. Ele lembrou da primeira vez em que assistiu a um clássico no estádio: Flamengo 3X0 Botafogo, no distante ano de 1979. Ele era um garoto de onze anos: jogava bola no playground do prédio, furtava bala nos supermercados e via as meninas com uma mistura de fascínio e medo.
Intervalo: Flamengo 1X0 Bahia
Começou o segundo tempo e o panorama do jogo – felizmente - não se alterou: era o Flamengo apertando e o Bahia se defendendo.
Com 12 minutos de bola correndo, o segundo gol. À lembrança veio a final do Mundial de Clubes em 1981: Flamengo 3X0 Liverpool, um sonho realizado, o seu time Campeão do Mundo. Ele, com 13 anos, começava a descobrir os “fatos da vida” e o fascínio pelas garotas começava a superar o medo.
Mais oito minutos e o terceiro gol rubro-negro. Dessa vez ele se recordou do tricampeonato brasileiro conquistado em 1983. Ele não sabia muito bem por que, mas nesse jogo ele tinha uma recordação muito viva da alegria no rosto do pai. Aquela foi uma época boa, mas confusa. Eram os primeiros amassos, uma ansiedade louca em perder a virgindade (estado obviamente escondido dos amigos) e inseguranças mil ligadas à adolescência, que mudava seu corpo e interesses com uma velocidade fantástica e assustadora.
Aos 30 minutos, a goleada se desenha de vez: 4X0 para os cariocas. Gol do centroavante Jean, que o fez lembrar de um outro atacante, o franzino Bebeto, autor do gol do quarto campeonato brasileiro, conquistado em 1987. Ele gostava do futebol do Bebeto, rápido e habilidoso, como o seu, que ele exibia em peladas nas areias do Posto Nove, na Praia de Ipanema, durante o célebre “verão da lata”. Bons tempos... Primeiro ano de faculdade e o mundo de braços (e pernas) abertos à frente.
Bola cruzada na área dos visitantes, 39 minutos do segundo tempo, o zagueiro Fernando sobe e faz mais um: 5X0. O quinto gol, que remete à lembrança óbvia do quinto título nacional, conquistado em 1992. Ele estava recém-casado, mas o pouco tempo de vida em comum já tinha sido bastante para mostrar que o casamento não iria muito longe. E, realmente, não foi. Mais seis meses e ele já “curtia“ a solteirice de novo.
Fechando a tampa do massacre, o Flamengo fez seis a zero aos quarenta e cinco minutos. Ele lembrou da última grande alegria vivida no estádio: a conquista do tricampeonato estadual em cima do Vasco, em 2001, dois meses antes da doença do pai começar a se manifestar. Impossível conter uma lágrima ao lembrar da longa e cruel doença do velho. Lágrima que contrastava com a alegria da torcida no Maracanã.

Contribuição enviada pelo amigo Carlos Dias http://www.facebook.com/carlos.dias.9047

terça-feira, 26 de junho de 2012

O que Pedrão achou da saída do Leão

Desde criança Pedrão acompanha o São Paulo Futebol Clube. Hoje, com pouco mais de 50 anos, ele já viu muita gente passar pelo clube. O seu maior ídolo é o Telê Santana. É claro que o grande treinador só é grande pra ele porque foi do São Paulo. Se estivesse em outro clube, poderia até ser bom, mas seria, muitas vezes e por qualquer motivo, alguém que "Fala muito e se acha demais".
O São Paulo acaba de perder o técnico Leão. Grande goleiro de sua época, o agora ex-técnico do tricolor paulista já passou por muitos outros grandes clubes. Quando estava em outras equipes, o Leão era "Um cara arrogante, que não sabe nada de treinar equipes". Chegou ao São Paulo e, repentinamente, se transformou em "Um cara que vai ajudar o São Paulo, um disciplinador. Vamos apostar nele".
Jogo após jogo o Leão continuava sendo confiável, apesar dos resultados ruins. "Ele deu azar. Certeza que logo logo o time vai engrenar". Não engrenou e Leão vazou. Fazer o quê?! Qual é o futuro de Leão e do São Paulo?! Isso nem eu e nem você sabemos. A gente só sabe que, pra Pedrão,  quem estiver no São Paulo sempre será bom e ele vai continuar mudando de opinião - quero ver você conseguir fazer Pedrão ser racional.